sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Emoção em São Januário

Vasco e Atlético Paranaense, ambos na zona de rebaixamento, se enfrentaram ontem em São Januário. O que se esperar de um jogo desses? "Uma autêntica pelada" - responderiam os idiotas da objetividade. Entretanto, amigos, o que se viu no estádio vascaíno foi um verdadeiro espetáculo - talvez o jogo mais emocionante do campeonato até agora!

A começar pelos torcedores - que linda a festa da torcida cruzmaltina em sua casa! Quando o quadro da Colina estava perdendo por 2 a 1, foi a torcida que o empurrou para o empate. Dizem que torcida não ganha jogo. Pois ganha. Ontem pelo menos empatou. Com as arquibancadas de São Januário cheias, o Vasco joga com mais ímpeto, com mais élan, com mais vigor.

E o que dizer do gol de empate? O chute de Madson foi impressionante. O que ele fez não se faz - é pior do que xingar a mãe. O goleiro até voou em direção à bola, mas foi totalmente em vão: a rede balançou!

E o golaço de Madson deu nova vida ao Vasco. Uma derrota tornaria ainda mais dramática a jornada cruzmaltina nesse fim de ano. O empate mantém o bacalhau na briga pela permanência na Primeira Divisão. O clássico de domingo - Fluminense x Vasco - vai pegar fogo!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Empate no Barradão

Amigos, já dizia o grande Nelson: quando dois times empatam, na verdade os dois perderam. O empate é o pior resultado, pois significa a derrota dos 22 jogadores, dos técnicos, do juiz, dos bandeirinhas, e também da torcida. Mais deprimente ainda é o empate sem gols: ao olhar o placar virgem, o espectador tem a sensação de que o jogo terminou sem ter acontecido. O zero a zero deveria implicar a devolução do dinheiro do ingresso.

Assim foi o clássico rubro-negro no Barradão. Vitória e Flamengo perderam gols aos borbotões. Por exemplo, o gol que o lateral flamenguista Leonardo Moura perdeu não se pode perder. Recebeu a bola dentro da área, mais solitário que um paulistano, com o goleiro caído à sua frente... e o que fez Leonardo Moura? O mais difícil: isolou a bola. Mandou para escanteio a preciosa chance da vitória. Pior, mandou para tiro de meta.

O folclórico Obina também desperdiçou uma oportunidade cristalina. A pelota perfeitamente alçada na área, na altura certa, na direção certa, as traves escancaradas à sua frente... e o que fez Obina? O mais difícil: cabeceou para fora. E assim, atirando pela janela todas as chances que apareciam, Vitória e Flamengo insistiram no melancólico zero a zero.

Enquanto isso, no Engenhão mais uma vez vazio, o São Paulo derrotou o anfitrião Botafogo. Em Minas, o Cruzeiro deu um banho no líder Grêmio: 3 a 0. O Palmeiras também venceu: 1 a 0 no Goiás. Com os resultados, o Flamengo cai para o quinto lugar. Com tanta irregularidade, acho difícil que o rubro-negro conquiste o tão sonhado quinto Campeonato Brasileiro. Me parece que a disputa se restringirá a São Paulo, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro.

Logo mais, duas decisões na parte de baixo da tabela: Vasco x Atlético Paranaense em São Januário; e Figueirense x Fluminense no Orlando Scarpelli. Até lá!

sábado, 25 de outubro de 2008

Vitórias de Botafogo e Fluminense

Amigos, cumpriu-se minha profecia. Em Minas, o Botafogo deitou e rolou em cima do Ipatinga: foi um banho de 3 a 0. No Maracanã, o Fluminense massacrou o Palmeiras: outro banho de 3 a 0. A rodada terminou com quatro inquestionáveis vitórias cariocas!

Até se poderia dizer que a tarefa do Botafogo foi fácil, porque o Ipatinga é o lanterninha. Ledo engano: às vezes, esses times desesperados podem se tornar mais perigosos que o Real Madrid. E o sol das 3 da tarde castigava o Ipatingão, atrapalhando a atividade esportiva. Mesmo assim, o Alvinegro fez valer seu favoritismo, e impôs dois a zero ainda no primeiro tempo. Após esse impetuoso ataque inicial, o quadro de General Severiano fez o óbvio: administrou o resultado. Com um gol no finzinho, consolidou a goleada.

E o que dizer do triunfo Tricolor no maior estádio do mundo? Havia 34 mil torcedores presentes, os quais preferiram ir ao Maracanã em detrimento da convidativa praia. Eles não se arrependeram. Disse "eles", mas já me corrijo: nós não nos arrependemos. Como eu estava lá, o correto é usar a primeira pessoa do plural. Espero que isso também não mude com a reforma ortográfica.

Como eu ia dizendo, nós não nos arrependemos. O que se viu no primeiro tempo, amigos, foi o grande Fluminense, e nada mais. Não havia o Palmeiras, não havia o juiz, não havia os bandeirinhas. Em campo, havia apenas o Tricolor: o grande e eterno Fluminense, empurrado feericamente pela eufórica torcida, como se estivesse disputando o título. Em tempo: na quinta-feira, o São Paulo - disputando o título - levou apenas 17 mil fãs ao Morumbi.

O primeiro gol foi do criticado Carlinhos. O lateral-direito cobrou a falta cruzando para a área e, enquanto o goleiro Marcos só se preocupava com Washington, a bola morria no fundo da rede. O segundo gol foi uma trapalhada da defesa paulista: um zagueiro chutou em cima do outro, e a bola acabou na rede. Foi como eu escrevi: só havia o Fluminense em campo, amigos! O Tricolor estava tão arrasador, que o próprio Palmeiras se encarregou de fazer o nosso segundo gol!

O terceiro tento pó-de-arroz foi bonito de se ver: lindo passe de Conca, chute cruzado de Júnior César, e o Verdão liquidado no gramado do Maracanã. Hoje, o Fluminense nos brindou com uma daquelas atuações que assombraram a América no primeiro semestre! Terá sido mera coincidência com a presença de mais de 30 mil torcedores? Eu acho que não. Os idiotas da objetividade dizem que torcida não ganha jogo. E eu cito Nelson Rodrigues para desmascará-los: pois ganha. Continue aparecendo, torcida Tricolor!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Vitórias de Vasco e Flamengo

Para alegria do combalido futebol carioca, a rodada começou excepcionalmente bem, com vitórias maiúsculas de Vasco e Flamengo. O quadro cruzmaltino foi a Goiânia e voltou de lá com os três pontos, ao vencer por 4 a 2 o melhor time do returno - o Goiás. Já o rubro-negro fez valer o mando de campo, e massacrou o Coritiba no Maracanã: 5 a 0.

No jogo do Serra Dourada, o destaque foi Edmundo. O veterano craque jogou com vontade, ímpeto e élan inexcedíveis. Amigos, eis o que foi Edmundo na quarta-feira: um monstro! Molhou a camisa vascaína com o suor de um monstro. Com o triunfo em Goiânia, o Vasco melhora drasticamente sua situação na tabela, apesar de permanecer na tenebrosa zona do rebaixamento.

Já na batalha do Maracanã, a estrela foi o folclórico Obina. O atacante flamenguista corria como se fosse um coelhinho de desenho animado! O quadro da Gávea mantém as esperanças de título. Porém, o caneco só será possível se o Flamengo jogar sem o espírito do "já ganhou", que parece iludir diretoria, time e torcida. Se não acordarem todos a tempo, nem a vaga na Libertadores sobrará para o Rubro-negro.

Restam os jogos de sábado, entre os quais os de Botafogo e Fluminense. O Alvinegro vai a Minas Gerais enfrentar o Ipatinga, e o Tricolor recebe o Palmeiras no Maracanã. Se ambos vencerem, terá sido uma rodada perfeita para os clubes da Cidade Maravilhosa: quatro vitórias cariocas! Amém!

domingo, 19 de outubro de 2008

Nem só de Zona de Rebaixamento viverá este Blog


Não estava com muita vontade de ficar escrevendo rodada a rodada sobre o Brasileirão. Gosto de fazer isso quando vou ao estádio, e acompanho o jogo ali, pertinho do gramado. 

Mas esse blog está parecendo o Muro das Lamentações. Rodada após rodada aparece um post chorando por uma derrota, por um juiz que errou (ou roubou, sei lá)... E olha que o nobre colega que escreve aqui junto comigo nem é botafoguense!! 

Vou então falar do jogo do Maraca. O clássico dos milhões. Em tempos de crise financeira mundial, o jogo acompanhou a baixa do mercado e foi um verdadeiro desastre. Só não foi pior porque o zagueirão bacalhau deu aquela ajuda empurrando a redonda contra suas próprias redes. Mas se ele não fizesse o gol contra, o grande Obina, eterno carrasco do time cruzmaltino, iria fazer o gol. Ou não... é o Obina, dele pode-se esperar qualquer coisa. Jorge Luiz é o nome da fera. 

(Só pra constar, já que fiz isso com o técnico Dunga, faço com o Obina. Seu nome é Manuel de Brito Filho). 

O jogo foi muito fraco. Passes errados de lado a lado, falta de criatividade e de competência para finalizar. O Flamengo só ganhou o jogo graças a outro grande zagueiro do Vasco, o Odvan. Como pode um jogador conseguir machucar um companheiro de time nos treinos às vésperas do clássico contra o maior rival? E não era um jogador qualquer, mas o melhor jogador do time, o único com capacidade de tirar o grupo da situação medíocre em que se encontra. Se o Leandro Amaral estivesse em campo, ele não perderia a chance de marcar uns dois gols nesse time que na verdade é uma caricatura, daquelas bem esquisitas, do time flamenguista que iniciou o campeonato. 

Mas nem só coisas ruins tenho para falar. Por pior que esteja jogando, o que valem são os três pontos. Nas últimas cinco rodadas, Flamengo e Cruzeiro conseguiram 12 pontos, contra 11 do São Paulo, 9 do Palmeiras e apenas 7 do ainda líder Grêmio. Por mais que o jogo não seja bonito, que o meio-campo não seja habilidoso, ou que os atacantes não sejam matadores, o Mengão continua nas cabeças, e, como já disse no meu último post, ainda lutamos pelo título! Se o Grêmio, treinado pelo Celso Roth, consegue liderar esse campeonato, por que não podemos nós, rubro-negros, voltar à ponta no momento derradeiro? Acho que é a primeira vez nesta Era dos Pontos Corridos que um campeonato é tão disputado. 

Não gostaria que Vasco e Fluminense caíssem. Somos apenas quatro cariocas. Atualmente há quatro paulistas também. A probabilidade de dois times de SP subirem da Segundona é de 100%. Podemos até ter três; ou quatro! É muita humilhação para o futebol carioca. Ainda mais no ano em que o RJ esteve representado na final da Libertadores. E quando nos vimos livres do maior vilão do esporte no país, Eurico Miranda. 

Bom, azar o deles. Quero mais é saborear mais uma vitória sobre o maior rival, e curtir a momentânea utopia da busca pelo título. Só desisto quando terminar o campeonato. 

rafs

Personagem do fim de semana

Hoje resolvi fazer como Nelson Rodrigues fazia, e escolher um personagem do fim de semana. Havia muitas opções. No automobilismo, poderia ser Lewis Hamilton, que venceu o bucólico Grande Prêmio da China, passeando do início ao fim. No futsal, poderia ser qualquer jogador do brilhante escrete canarinho, que finalmente voltou a faturar a Copa do Mundo, no Maracanãzinho. No futebol, poderia ser o vascaíno Jorge Luiz, autor do solitário gol contra que decidiu o clássico do Maracanã a favor do Flamengo.

Porém, nenhum desses teve tanta influência no resultado da batalha em que estava envolvido quanto o meu escolhido. Para acabar com a ansiedade dos meus sete leitores, digo logo suas iniciais: o árbitro gaúcho Leandro Pedro Vuaden é o meu sorridente personagem do fim de semana. O que terá feito o árbitro para merecer tal honraria? Roubou. É o óbvio ululante: para um juiz chamar a atenção, ele tem que ser um juiz ladrão. E Vuaden fez mais que isso, vejam só: ele foi para o vestiário, ao final do jogo, sorrindo! Roubou descaradamente o Fluminense, e foi sorrindo para casa!

Os dois lances capitais aconteceram no segundo tempo do embate no Barradão. No primeiro, Washington estava pronto para emendar o cruzamento da direita, quando foi escandalosamente agarrado pelo zagueiro do Vitória. E o que fez o juiz Vuaden? Mandou seguir! Ignorou um pênalti que até um cego teria visto! O seu auxiliar tampouco se manifestou. Eu achava que os bandeirinhas tinham como função ajudar o juiz, e não fazer vista grossa para os seus erros.

Porém, se a torcida pó-de-arroz já se indignava com o primeiro erro do juiz ladrão, com o segundo foi pior ainda. Na última jogada da partida, Washington recebe livre na área, e fuzila para o gol, longe do alcance do goleiro. A bola só não estufa a rede porque um dos zagueiros baianos pratica a defesa, como se fosse o goleiro: o grande zagueiro espalmou a bola para escanteio. E o juiz apitou! Pênalti? Não! Escanteio! Vuaden conseguiu transformar o pênalti claro e cristalino em um mero escanteio!

Para aumentar a revolta dos jogadores e torcedores Tricolores, ele ainda encerra o jogo e se encaminha sorridente para o vestiário. Podemos saber do quê ria o juiz ladrão? Deve ser da nossa situação na tabela. Situação que o Fluminense só vive, cabe ressaltar, por ter privilegiado uma competição mais importante, em que representou com brilho o futebol brasileiro. E também por ter emprestado seus dois melhores jogadores, durante mais de um mês, para a Seleção Olímpica. Por fim, também estamos nessa lama graças a uma corja de juízes ladrões que parecem querer o nosso rebaixamento. O gaúcho Vuaden pertence a essa corja. E por ter provado isso hoje, com louvor!, merece ser o meu personagem do fim de semana.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Brasil x Colômbia

Quarta-feira, quinze de Outubro de 2008. Dia do mestre.

Casa cheia no Maior do Mundo para ver a Seleção Verde-Amarelo enfrentar a Colômbia. Após o sapeca-iá-iá aplicado sobre os venezuelanos, todos esperavam uma vitória relativamente fácil do Brasil. Mas isso não ocorreu. E, pior do que uma derrota, veio um insosso zero a zero.

Mas não pretendo escrever sobre o jogo. Foi muito chato, não vale à pena gastar mais nenhuma linha falando sobre o que (não) aconteceu dentro das quatro linhas. Outras coisas chamaram minha atenção nesta noite.

Em primeiro lugar, eu realmente esperava que o nosso técnico Carlos Caetano Bledon Verri (OBS.: o nome completo do Dunga aparee aqui como mera curiosidade, já que nem o "Volume 2" da Enciclopédia do Esporte, meu companheiro de publicações neste magnífico blog, soube me responder essa) fosse entrar com o Juan Maldonado (quem?) na lateral esquerda. Não que ele seja melhor ou pior do que o Kléber, para mim os dois estão no mesmo nível, apesar de, na minha opinião, o Kléber não estar jogando bem no Santos, que ainda não se vê livre da degola, enquanto o Juan é o destaque do Flamengo, que ainda luta pelo título (Sim, eu acredito!). Pensei que faria isso apenas para tentar ganhar o apoio da torcida, da forma como fez contra o Uruguai em São Paulo, escalando o Luís Fabiano, que sempre vinha treinando entre os reservas (e que seria um dos destaques daquela partida). Mas pode ser que o sangue Rubro-Negro tenha influenciado meu raciocínio. Bom, deixa pra lá.

Em segundo lugar, o comportamento da torcida foi muito estranho. Não sou freqüentador assíduo dos Maraca, mas sempre que vou aos jogos do Mengão, a torcida não pára de gritar um instante sequer, nem ao sofrer um gol (mas quando sofre três...). Já no jogo passado, no mesmo momento em que o árbitro ordenou o pontapé inicial, o estádio mergulhou em um silêncio ensurdecedor.

Não foi um silêncio como o que assolou o Mário Filho quando o Flamengo caiu vergonhosamente contra o América. Aquilo foi incredulidade. Este silêncio da última quarta-feira para mim ainda é algo inexplicável. Pode ser o reflexo de uma campanha de pouco brilho jogando em casa, ou o descontentamento com relação ao comando da Seleção. Ou talvez o prenúncio de um jogo apático dentro e fora de campo. Houve momentos em que a torcida se manifestava, mas, como o Paulinho, camisa 3 do Tricolor, escreveu no seu post, eram manifestações relativas aos clubes cariocas, ou ofensivas ao técnico Dunga.

No jogo anterior do Brasil no Maraca, contra o Equador, a torcida festejou o jogo inteiro. Pudera, o Maior do Mundo não recebia a Seleção havia muito, muito tempo. A torcida estava ansiosa por torcer in loco pelo Brasil. Acho que foi mais ou menos como nas copas do tetra e do penta. Lembro bem que a comoção nacional em torno da conquista do quarto título mundial foi infinitamente maior do que a do quinto, pois o Brasil não levantava a taça desde a brilhante conquista de 70. Da mesma forma, o jogo contra a Colômbia já não era tão ansiado pelos torcedores cariocas como foi o jogo contra o Equador.

Enfim, o dia quinze de Outubro de 2008 poderia ser apagado dos registros do futebol, pois não faria falta nenhuma. No dia em que devemos reverenciar os mestres, no palco onde muitos deles deixaram sua marca na História, faltou maestria à Seleção Brasileira.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O pior empate e os subtorcedores

Quando ocorre um empate, na verdade acontece uma dupla derrota. O torcedor vai ao Maracanã, com seu radinho de pilha, ou seu MP3, ou mesmo sem nada, na esperança de ver o seu time vencer. Ou até mesmo perder. Amigos, o pior cenário é o empate. O meu ingresso do jogo de ontem dizia: "Arquibancada Verde/Amarela - Brasil x Colômbia". Isso significa que eu investi vinte reais para ver quem ganharia: o Brasil ou a Colômbia. Portanto, nada mais frustrante que um empate.

Porém, por mais que o empate signifique a derrota dos dois times, às vezes gostamos de uma batalha que termina sem vencedor. Um 3 a 3, por exemplo: seis gols satisfazem a qualquer torcedor! Deprimente, melancólico, ultrajante mesmo é o 0 a 0. Zero a zero: eis o triste placar que assolou o Estádio Mário Filho na noite desta quarta-feira.

Para piorar tudo, é o terceiro 0 a 0 seguido do Brasil em casa, pelas eliminatórias. O toque de bola, nossa escola, nossa maior tradição, não tem conseguido furar as defesas portenhas. Por isso, ouviram-se tantas vaias ontem no Maracanã.

Cabe dedicar um parágrafo a um tipo de torcedor presente em massa ontem: o flamenguista. Havia dois subtipos: o flamenguista que foi torcer para a Seleção, e o flamenguista que foi torcer para o Flamengo. Infelizmente, o segundo subtipo era maioria. Esse parágrafo é a ele dedicado, ao subtorcedor. Coitado do Kléber, nosso lateral-esquedo titular: era só ele encostar na bola, que os subtorcedores o vaiavam. Sem nenhum motivo aparente! Ele não precisava errar para ser vaiado: ouvia o urro irracional quer acertasse, quer errasse. Tudo porque o lateral-esquerdo reserva era o Juan, do Flamengo. Esse simples fato fazia com que os subtorcedores vaiassem Kléber incondicionalmente. Isso incomodou tanto que o próprio Juan reclamou, ao final da partida. Que atitude lamentável a dos subtorcedores! Também o zagueiro pó-de-arroz Thiago Silva sofreu. Quando foi chamado para entrar em campo, teve que ouvir o coro dos subtorcedores: "ão, ão, ão, Segunda Divisão". Os subtorcedores se referiam à luta do melhor time das Américas em 2008 contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Pelo menos, os torcedores de verdade conseguiram abafar o grito patético, gritando o nome do "melhor zagueiro do Brasil".

Somente eles - os subtorcedores - mereciam o melancólico 0 a 0. O placar virgem é o presente-de-grego deles! Que eles nunca mais voltem ao Maracanã!

domingo, 12 de outubro de 2008

Triunfo na Arena

Amigos, escrevo de Curitiba. Vim à bela e limpa capital paranaense para apoiar o meu Tricolor, no decisivo embate de sábado, contra o Atlético local.

Preciso comentar sobre o estádio do Atlético Paranaense, a famosa Arena da Baixada. É tido, ao lado do Engenhão, como o mais moderno do país. Talvez o seja na parte da torcida local. No setor destinado aos visitantes, não é. Dois postes de luz atrapalham bastante a visão do campo. Se quiser ser palco da Copa de 2014, precisará ser reformado, pois a FIFA não permite que haja "pontos cegos". Outro ponto: uma arena dita moderna deveria ter cobertura em todos os locais. Um ponto favorável: acesso tranqüilo e com separação adequada entre as torcidas.

Agora, passo a comentar sobre o grande jogo. Quando o ex-tricolor Antonio Carlos, o herói de 2005, se posicionou para cobrar a falta, tive um mau pressentimento, que se concretizou: gol do Atlético. Começava mal a estréia de Renê Simões. Porém, a redenção estava próxima. E começou com a ajuda de outro ex-tricolor: o bonde Rafael Moura. Inexplicavelmente, ele achou que era goleiro, e defendeu um cruzamento do tricolor. Com as mãos. O sábio juiz gaúcho, Simon, marcou corretamente o pênalti. E o ex-atleticano Washington marcou o gol de empate! Minutos depois, o herói de 2005 voltou à ação e derrubou Arouca na área: é pênalti, de novo! De novo Washington: 2 a 1 Fluminense. Estava consumada a doce e santa virada!

O segundo tempo transcorria com tensão, quando o tricolor Luiz Alberto fez falta desleal e foi corretamente expulso. Abre parênteses. Muito boa a atuação do juiz: cometeu pouquíssimos erros, em um jogo muito complicado. Fecha parênteses. Onze contra dez: tudo tem que ser mais difícil, mais suado, mais cardíaco para o Fluminense!

Mesmo com um a menos, o pó-de-arroz atingiu seu objetivo: Washington marcou, de cabeça, o seu terceiro gol, e também o terceiro gol do Fluminense. Placar que fez o Tricolor respirar aliviado, fora da zona de rebaixamento. Pelo menos até o próximo sábado!

Nos outros jogos do fim de semana, ressalto a vitória do Atlético Mineiro sobre o Flamengo, em pleno Maracanã com 81 mil torcedores. Qualquer vitória obtida sobre o rubro-negro no Maior do Mundo já é um grande feito. Quando é um banho de 3 a 0, torna-se uma proeza hercúlea. Azar o do Urubu, que vê dificultada a busca por seu quinto Campeonato Brasileiro. Houve também a vitória da Seleção sobre a Venezuela, no campo adversário. O escrete jogou bem, com destaque para as atuações de Kaká, Robinho e Júlio César. Quarta, o desafio é no Maracanã, contra os colombianos. Até lá!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sport 2, Vasco 2

Aqui vai meu breve comentário sobre a peleja de ontem à noite. É apenas uma constatação: como as circunstâncias modificam nossos pensamentos sobre os fatos!

Se, antes do jogo, perguntássemos a um vascaíno: o empate está de bom tamanho?, ele responderia imediata e euforicamente: sim, sim, sim!. Afinal, após a vergonhosa derrota para o Figueirense em pleno São Januário, o que esperar do confronto contra o campeão da Copa do Brasil, lá na Ilha do Retiro, senão a derrota?

E o que acontece na partida? O Vasco chega aos 45 minutos do segundo tempo vencendo por 2 a 1! Os olhos cruzmaltinos já brilhavam com a proximidade dos três preciosos pontos! E então, no apagar das luzes, no frigir dos ovos, os pernambucanos marcam o gol.

E o empate, que teria o doce e santo gosto da vitória, na verdade traz consigo o amargo gosto da derrota.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Agonia em São Januário

Amigos, eis a verdade cruel: assim como o Tricolor, também o Vasco agoniza no certame nacional. Quinta, escrevi sobre o sofrimento pó-de-arroz. Hoje, escrevo sobre o padecimento cruzmaltino.

A meu ver, a situação na Colina é ainda mais grave que no Laranjal. Já explico: o Fluminense olha seu elenco e ainda encontra bons jogadores. Um Thiago Silva, um Conca e um Washington podem decidir partidas. Fernando Henrique, Edcarlos, Luiz Alberto, Roger, Júnior César e outros podem não ser brilhantes, mas já mostraram algum valor. Agora, examinemos o plantel vascaíno: é desolador. O grande Edmundo já foi mesmo um grande jogador, e certamente ainda é útil hoje, embora não jogue mais no alto nível de antes. Fora o Animal, Leandro Amaral é a única esperança da torcida cruzmaltina. Nem mesmo nos bastidores o Vasco demonstra sua força: perdeu Morais para o Corinthians, para a Segunda Divisão! Enquanto Fluminense e Flamengo perdiam seus destaques para a Europa, o Vasco perdia seu destaque para a Série B!

Vejamos o que aconteceu sábado em São Januário. A certa altura, o placar anunciava, para incredulidade geral: Vasco 0, Figueirense 4. Pergunto: o quadro de Santa Catarina está com um excelente time esse ano? Está disputando o título com Grêmio e Palmeiras? Eu mesmo perguntei e eu mesmo respondo: não, e não. Os catarinenses também batalham contra o rebaixamento. Trata-se de um time fraco. Não é nem caricatura do time de 2007, vice-campeão da Copa do Brasil, vencida pelo Fluminense.

Então, o que explica o fracasso do Vasco? Ora, só pode ser mesmo a mediocridade de seu próprio plantel. Um placar de 4 a 0, tão devastador, não deixa espaço para dúvidas. O time cruzmaltino é um dos piores do campeonato. É provavelmente o pior de sua história. Ainda é possível escapar? É claro que sim, afinal restam dez jogos, e em futebol tudo pode acontecer. Há outros times ruins, que podem muito bem cair no lugar do Vasco: o Ipatinga, a Portuguesa, o Atlético Paranaense, e até mesmo o próprio Figueirense. Porém, tal qual o Fluminense, o Vasco precisa começar a reagir imediatamente. Antes que seja tarde demais.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

1 a 1 no Maracanã

Amigos, eis a verdade cruel: continua a agonia Tricolor. Há exatos três meses, vivíamos num céu de diamantes: jogávamos a final da América, na mais linda festa que uma torcida jamais protagonizou.
Ontem, noventa dias após a quase conquista da Libertadores, vivemos um inferno. O time não é nem sequer uma caricatura do grande quadro que deu show na Libertadores. Saíram Gabriel, Cícero e Thiago Neves. Saiu também o Renato Gaúcho do comando. A garra, a vontade, o élan e o ímpeto inexcedíveis que caracterizavam o plantel igualmente saíram. Boa parte da torcida também saiu do Maracanã: ontem, havia apenas 15 dos 90 mil que lá estavam em 2 de julho. Saiu tanta coisa que o Fluminense de hoje é outro Fluminense.

E foi esse outro Tricolor que entrou em campo ontem. Sem garra, sem vontade, sem ímpeto, sem o élan que caracteriza um time vencedor. O Goiás meteu uma bola na trave, e nada de o Fluminense reagir. Resultado: o lateral-direito Vitor abriu o placar para o alviverde goiano. O quadro esmeraldino fez o gol, mas logo cometeu o erro fatal: o de recuar. E mais por isso que por mérito próprio, o Pó-de-arroz empatou. O argentino Conca, um dos poucos resquícios do time que assombrou a América, fez o gol, de falta.

Eis que, ainda no primeiro tempo, o Fluminense recebe uma preciosa ajuda. Um tal de Fredson, reserva que acabara de entrar no Goiás, dá um carrinho violento e desnecessário, e é expulso de campo. Com um homem a mais, o Flu tinha a faca e o queijo na mão para, finalmente, conquistar a doce e santa vitória. Porém, a superioridade numérica não durou muito: nosso atacante Maicon botou a mão na bola, e foi expulso também. E assim fomos para o intervalo: dez contra dez.

O Goiás voltou para a segunda etapa com a postura incorreta: a de se defender para garantir o empate. A estratégia que, por si só, seria um tiro no pé ainda recebeu um duro golpe: mais uma expulsão. Os nove remanescentes goianos então recuaram ainda mais. O gol da vitória Tricolor parecia questão de tempo.

Porém, no inferno as coisas não dão certo como no céu. A bola não entra tão facilmente. Ciel que o diga: perdeu gols aos borbotões. Os gols feitos que ele desperdiçou são como proezas de Hércules às avessas. O Goiás lá, recuadinho, esperando sofrer um gol, quase pedindo para sofrer um gol... E o Tricolor não conseguia arrombar as redes adversárias. O tempo foi passando, e o Fluminense não desempatou mais. Nunca mais.

Na volta para casa, um dos arrasados e desanimados torcedores me disse a verdade: a torcida merecia a Libertadores; a diretoria merece o rebaixamento - proferiu ele. Sábias palavras. O time hoje está desfigurado por causa da falta de planejamento da diretoria. Já se sabia que alguns bons jogadores iriam embora no meio do ano, mas nenhuma contratação de substituição a eles foi realizada previamente. A demissão de Renato Gaúcho foi outro erro, o qual eu alertei aqui. A mudança de treinador só traria efeitos ruins a curto prazo. Nem mesmo as duas vitórias de Cuca me animaram: disse aqui que o time ganhou por causa da sorte, porque não havia padrão de jogo. Desde então, não houve mais vitórias: somente empates e derrotas.

Hoje, foi a vez de Cuca dar adeus. Ele realmente não vinha bem, mas novamente duvido que a mudança de técnico melhore nossa dramática situação. Na minha feliz condição de Tricolor nato, confesso, fanático e hereditário, evidentemente espero estar errado. Que chegue Renê Simões, e salve do naufrágio o barco das três cores que traduzem tradição.

PC